No início deste ano, um médico
britânico chamado Richard Smith, ex-editor do
conhecido periódico médico “British Medical Journal”, escreveu um artigo em que
ele questiona qual a forma que as pessoas gostariam de morrer e, acima de tudo,
qual a forma que ele desejava morrer.
Segundo ele,
existem essencialmente quatro maneiras de morrer: a morte súbita, que, de
acordo com que ele diz, vem se tornando pouco comum; de demência, que seria uma
morte lenta; de falência dos órgãos, que é geralmente uma morte imprevisível; e
por câncer, em que o declínio final ocorre ao longo de semanas. Para ele, essa
última seria a melhor forma, já que enquanto o câncer se desenvolve dá tempo
para se despedir de todos a quem a pessoa ama, além do doente poder deixar
todas as coisas em ordem antes desse encontro inevitável, e, dessa forma, e
apesar do seu sofrimento (para ele “atingível com amor, morfina e uísque”), as
pessoas amadas poderiam encarar melhor a sua partida.
Não precisa dizer
que o artigo, apesar de escrito para médicos, atingiu a todos de forma
polêmica, principalmente aos que tiveram parentes mortos pelo câncer, devido ao
que esta doença aflige aos que dela sofrem ou sofreram.
Bem, mas e o
cristão, como ele deve desejar morrer? Subitamente, definhando com uma doença
degenerativa, alienado do mundo ou com um câncer que o permita colocar “todos
os pingos nos is” antes do momento final?
Não sei, de fato qual
seria a “melhor” forma de morrer, mas uma coisa eu sei, que a maior preocupação
do verdadeiro cristão não deve ser como, quando ou de que jeito será a sua
morte. Quando a morte chegar, seja ela dolorosa, vil e cruel, seja ela
carregada de sofrimento e dor, ou seja ela calma e serena, “como um
passarinho”, devemos estar convictos de que estávamos vivendo o nosso momento
mais produtivo e promissor.
O cristão
verdadeiro deseja, no mais íntimo do seu ser, que no momento da sua morte ele
seja encontrado fiel diante do Senhor. Ele tem a certeza de que combateu o bom
combate e de que agora será abençoado com a coroa da vida, no lugar onde não
haverá mais choro ou ranger de dentes, onde a tristeza será substituída pela
alegria, onde a doença será extinta e teremos um novo corpo glorificado e
incorruptível, onde estaremos na presença do Senhor, gozando da plenitude da
paz que excede todo o entendimento.
Este médico, o
sr. Richard Smith, homem sábio aos olhos humanos, conhecedor profundo da
medicina e capaz de utilizar suas habilidades e técnicas para diminuir o
sofrimento ou até mesmo promover cura para determinadas enfermidades, nunca foi
capaz de se livrar da doença das doenças, do grande mal que assola toda a
humanidade, que é o pecado, que causa separação definitiva entre o homem e
Deus. Ele nem acredita nesse Deus, é ateu. Que pena, tanto conhecimento...
O verdadeiro
cristão sabe que Cristo venceu esta doença fatal com a sua morte na cruz, e,
por isso, podemos pensar na morte como um grande chamado de retorno para perto
do Pai, pois o nosso tempo aqui é de peregrinos que aguardam ansiosos pelo
retorno ao lar celestial.
Vem, Senhor. Vem,
Senhor! O teu povo anseia logo pela tua volta, pois a morte não nos assusta.
“E, quando este corpo corruptível se revestir de
incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se
cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
Onde
está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
O
aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
Graças
a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Portanto,
meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do
Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”
I
Coríntios 15:54-58
Fraternalmente,
Julio Melo